Hipertensão

Pré-eclâmpsia na gestação: entenda por que atentar a isso!

pré eclâmpsia na gestação

Uma das maiores causas de morte materna no Brasil está associada à pressão alta durante o período gestacional, quando a mulher vivencia algum episódio de aumento da pressão arterial (acima de 140/90 mmHg) — também chamada de Síndrome Hipertensiva da Gravidez ou Doença Hipertensiva Específica da Gravidez (DHEG). Em alguns casos, pode ocorrer a pré-eclâmpsia na gestação ou mesmo a eclâmpsia, fazendo com que a gravidez seja de risco. 

O diagnóstico da pré-eclâmpsia pode ser feito durante o pré-natal e costuma estar associado a alguns sintomas como hipertensão e a presença de proteína na urina, também chamada de proteinúria, por volta da 20 semana de gestação.

Ao fazer um levantamento de estudos sobre o tema, cientistas da Universidade de Keele, no Reino Unido, chegaram à conclusão de que as mulheres com pré-eclâmpsia têm duas vezes mais riscos de ter pressão alta e infarto, além de doenças cardiovasculares, e estão quatro vezes mais suscetíveis à insuficiência cardíaca.

A pré-eclâmpsia na gestação é um indício que favorece o aparecimento da eclâmpsia, caracterizada por convulsões que podem afetar a gestante e o feto.

Neste artigo, apresentamos o que é eclâmpsia e pré-eclâmpsia, as formas em que elas se manifestam e os riscos para a mãe e para o bebê. Confira! 

O que é pré-eclâmpsia?

O bebê que está sendo gerado herdou genes paternos e maternos, por isso, o corpo da mãe cria mecanismos imunológicos para proteger o feto durante o desenvolvimento dele. Em alguns casos, o bebê promove uma liberação exagerada de proteína na corrente sanguínea da mãe, o que provoca uma resposta imunológica da gestante — que agride os vasos sanguíneos, causa vasoconstrição (diminuição do diâmetro dos vasos sanguíneos) e hipertensão.

Nas mulheres com pré-eclâmpsia, os vasos sanguíneos não se desenvolvem adequadamente. Eles são mais estreitos e podem reagir de forma adversa à sinalização dos hormônios, o que restringe a quantidade de sangue em circulação através deles.

Algumas causas desse desenvolvimento alterado são: 

  • danos aos vasos sanguíneos;
  • sistema imunológico com problemas;
  • genes que favorecem a predisposição;
  • fluxo sanguíneo insuficiente para o útero;
  • outros distúrbios de aumento de pressão durante a gestação.

A gravidez pode gerar hipertensão e hipotensão, mas é importante ressaltar que a hipotensão (pressão baixa) não é tão preocupante com a hipertensão — que pode levar à eclâmpsia ou ao aborto espontâneo.

É muito comum que a pré-eclâmpsia seja diagnosticada na segunda metade da gestação. Após a 37ª semana, ela pode aparecer a qualquer momento, inclusive durante o parto ou nas primeiras 48 horas de vida do bebê — e pode desaparecer em até 12 semanas após o parto.

O que é eclâmpsia?

É caracterizada pela ocorrência de convulsões em gestantes diagnosticadas com pré-eclâmpsia. Essa é uma complicação grave.

Quando a gestante recebe um diagnóstico de pré-eclâmpsia ou apresenta algum fator de risco, o médico deve investigar se o quadro piorou por meio dos seguintes exames:

  • verificação da pressão arterial;
  • exames de sangue, para fazer a contagem de plaquetas e verificar o funcionamento do fígado e dos rins;
  • exame de urina, para investigar os níveis de proteína;
  • ultrassom fetal Doppler;
  • exame para avaliar frequência cardíaca do bebê.

Quais são os riscos da pré-eclâmpsia e da eclâmpsia na gestação?

A pressão alta durante a gestação gera uma diminuição do fluxo de sangue para o bebê — o que pode gerar displasia broncopulmonar e morte. A mãe pode sentir dores de cabeça, apresentar visão embaçada, alteração no estado mental (diminuição do alerta), dor abdominal superior direito e excesso de proteína no sangue — por isso o exame de proteinúria é importante para o diagnóstico.

Diminuição do fluxo de sangue do bebê

A diminuição do fluxo sanguíneo para o bebê promove a redução da capacidade da placenta de fornecer nutrição e oxigênio ao feto. Com isso, o bebê pode ter vários problemas de saúde, precisar nascer prematuramente e apresentar baixo peso.

Retardo no crescimento

A pré-eclâmpsia é um fator de risco importante para o retardo no crescimento do feto, também chamado de Crescimento Intrauterino Restrito (CIUR). Essa condição afeta até 10% dos fetos e ocorre quando o bebê não atinge o tamanho esperado, de acordo com seu potencial genético.

Displasia broncopulmonar

A displasia broncopulmonar é resultante das agressões causadas pelo tratamento respiratório em recém-nascidos prematuros ou com doenças pulmonares. Após a mãe sofrer pré-eclâmpsia ou eclâmpsia, o bebê pode nascer prematuramente e precisar de ventilação mecânica para sobreviver — em razão dos pulmões ainda não estarem completamente formados.

Esse tratamento gera lesões pulmonares que interferem no desenvolvimento normal do órgão. Essas lesões podem causar dificuldade para respirar, dependência de oxigênio, chiado no peito, tosse e respiração acelerada.

Morte

Algumas medidas podem ser adotadas para reduzir o índice de morte materna relaciona às síndromes hipertensivas, como: 

  • identificação dos fatores de risco;
  • pré-natal com atenção especial para a detecção precoce da pré-eclâmpsia;
  • controle rigoroso da hipertensão.

Como avaliar o risco de desenvolvimento de pré-eclâmpsia na gestação?

Além de procurar um médico para seguir com um pré-natal detalhado, é importante observar:

  • se existe histórico familiar de pré-eclâmpsia;
  • se é a primeira gravidez;
  • se houve mudança na paternidade — a cada gravidez com um novo parceiro, o risco é aumentado;
  • a idade da gestante — o risco aumenta acima dos 40 anos;
  • se é uma gravidez múltipla;
  • se há um intervalo de 10 anos ou mais entre gestações.

Algumas doenças preexistentes podem favorecer o aparecimento da pré-eclâmpsia, como: 

  • hipertensão;
  • enxaqueca;
  • obesidade;
  • doença renal;
  • diabetes tipo 1 e tipo 2;
  • tendência a desenvolver coágulos de sangue;
  • doenças autoimunes.

Como evitar o desenvolvimento da pré-eclâmpsia?

A causa da pré-eclâmpsia ainda é desconhecida, por isso, é difícil pensar em formas de prevenção. Com o diagnóstico precoce da pré-eclâmpsia, é possível iniciar um tratamento de controle da pressão arterial durante o pré-natal, o que pode evitar a evolução do quadro.

Neste artigo, você aprendeu o que é pré-eclâmpsia, eclâmpsia, os riscos dessas condições para a gestação e para o desenvolvimento do feto. Indicamos, também, quais são as condições que podem favorecer o quadro e o que fazer para tentar evitá-lo.

Se você está grávida, pode usar um monitor de pressão arterial para verificar se existe risco de pré-eclâmpsia na gestação. Se houver qualquer sinal de alteração, procure um médico. 

Hoje em dia, existem monitores de pressão fáceis de usar em casa. Se tiver alguma dúvida sobre o assunto, entre em contato conosco!

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