Hipertensão

Veja como é o tratamento da hipertensão na saúde pública e privada

A busca por tratamento é para muitos brasileiros apenas o começo de uma jornada para lidar com uma condição que, muitas vezes, age silenciosamente: a hipertensão. Apesar disso, não são todos que recebem os melhores cuidados. O tratamento para hipertensão na saúde pública e privada no Brasil ainda não proporciona os mesmos resultados.

Segundo dados do Ministério da Saúde, são cerca de 30% dos brasileiros convivendo com essa doença silenciosa que, se não tratada desde cedo, pode acarretar consequências ainda mais graves para a saúde.

A conscientização sobre a necessidade de diagnóstico precoce e tratamento adequado é a melhor maneira de ter a chance de uma vida saudável e livre de complicações associadas a essa condição. Para entender mais sobre o tratamento para hipertensão no Brasil, continue a leitura e tire suas dúvidas!

Qual a importância do tratamento da hipertensão?

A hipertensão, ou pressão arterial elevada, é uma condição perigosa, porque pode desencadear uma série de complicações graves. Entre elas, derrames, ataques cardíacos, insuficiência cardíaca e doenças renais.

Quando há uma elevação sustentada em repouso da pressão arterial sistólica (≥ 130 mmHg), diastólica (≥ 80 mmHg) ou de ambas, o médico pode considerar que o paciente tem hipertensão. Nesse caso, o objetivo primordial do tratamento é reduzir os níveis elevados de pressão arterial para proteger órgãos vitais, como cérebro, coração e rins, contra danos.

Tratar a hipertensão vai além do simples controle da pressão arterial, é uma estratégia para adquirir mais qualidade de vida e se prevenir de condições mais graves.

Como é o tratamento da hipertensão na saúde pública e privada?

O tratamento da hipertensão arterial é uma questão de saúde pública de grande importância, visto que essa condição crônica pode levar a complicações graves. Por outro lado, sua eficácia ainda é diferente em hospitais públicos e privados no Brasil.

Uma pesquisa recente publicada na revista Frontiers in Cardiovascular Medicine trouxe descobertas importantes sobre o controle da hipertensão no país, sobretudo os desafios que os pacientes atendidos em centros de saúde brasileiros podem enfrentar.

O estudo foi realizado pelos pesquisadores Kecia C. F. O. Amorim, Priscila Valverde O. Vitorino, Audes D. M. Feitosa, Mayara Cedrim Santos, Rodrigo Bezerra, Lais Rocha Lopes, Miguel Camafort, Antonio Coca, Ana Luíza Lima Sousa e Weimar K. S. Barroso.

Eles realizaram uma comparação entre os pacientes tratados em centros de saúde públicos e privado a partir de alguns parâmetros, como o Índice de Massa Corporal (IMC) dos pacientes, Medicamentos Anti-Hipertensivos (AH) e Pressão Arterial (PA).

Abaixo, veja quais foram os resultados da pesquisa e o que eles relevam sobre o tratamento da hipertensão na saúde pública e privada.

Índice de Massa Corporal (IMC)

Essa é uma medida usada como um indicador geral de quanto peso uma pessoa tem em relação à sua altura. O IMC é importante na hipertensão, pois existe uma forte correlação entre o excesso de peso e o desenvolvimento da pressão alta.

A análise da pesquisa, realizada em uma amostra majoritariamente composta de mulheres (58,9%), totalizando 2.956 pacientes, revelou diferenças na distribuição do Índice de Massa Corporal entre os pacientes dos sistemas de saúde público e privado.

No sistema público, houve uma maior prevalência de pacientes com obesidade. Já no sistema privado, a predominância foi de pacientes com excesso de peso.

As pessoas com IMC mais elevado têm maior probabilidade de desenvolver hipertensão devido à sobrecarga no sistema circulatório e maior resistência vascular, o que pode levar a um aumento da pressão arterial.

Quantidade de Medicamentos Anti-Hipertensivos (AH)

Um dos pontos cruciais evidenciados pela pesquisa foi a diferença acentuada na quantidade média de medicamentos anti-hipertensivos utilizados pelos pacientes atendidos nos dois sistemas de saúde. No sistema público, a média foi de 2,9 ± 1,5 medicamentos. No privado, por sua vez, a média foi bem menor: 1,4 ± 0,7 medicamentos.

Os medicamentos anti-hipertensivos são uma classe de fármacos usados para controlar a pressão arterial elevada. Eles funcionam de várias maneiras, desde relaxar os vasos sanguíneos até reduzir a quantidade de água e sal no corpo.

A necessidade de uma maior quantidade de medicamentos no sistema público pode ser atribuída à natureza mais grave da hipertensão não controlada nesse ambiente.

Pressão Arterial (PA)

A pressão arterial é a força do sangue contra as paredes das artérias. Quando está consistentemente alta, é chamada de hipertensão. A pressão arterial elevada coloca estresse adicional nos vasos sanguíneos e no coração, aumentando o risco de doenças cardiovasculares.

Os valores médios de pressão arterial sistólica e diastólica apresentaram diferenças entre os pacientes atendidos nos sistemas público e privado. No sistema público, os valores foram mais altos, indicando maior dificuldade no controle da hipertensão nesse ambiente.

Além disso, as taxas de hipertensão não controlada foram consideravelmente maiores nos centros de saúde pública, tanto pelas medições realizadas em consultório quanto nos registros obtidos por monitoramento residencial.

As taxas mais altas de hipertensão não controlada refletem a necessidade de um tratamento mais agressivo para gerenciar a pressão arterial elevada nesse contexto.

Qual a hora certa de buscar tratamento para hipertensão?

Embora a hipertensão possa ser assintomática, alguns indícios, como tonturas frequentes, dores no peito, palpitações ou mesmo sintomas mais sutis como dores de cabeça persistentes, merecem atenção imediata.

Não subestime os sintomas, por menores que pareçam. Agir prontamente ao perceber qualquer sinal fora do comum é a melhor maneira de manter a saúde em dia.

A consulta com um profissional de saúde permitirá que você tenha um diagnóstico preciso e o início de um tratamento adequado, com mudanças no estilo de vida, adoção de uma dieta balanceada e prática regular de exercícios físicos para o controle da pressão arterial.

Agora que você já sabe qual é a realidade do tratamento para hipertensão na saúde pública e privada, procure um profissional de saúde se perceber algo fora do comum e não espere que os sintomas se agravem. Lidar com a hipertensão desde cedo é a chave para uma vida saudável e para evitar potenciais complicações a longo prazo.

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