Doenças Respiratórias

Como amenizar as sequelas pós-Covid? Confira!

A pandemia do novo coronavírus promoveu — e continua promovendo — uma série de mudanças, inclusive comportamentais. No primeiro ano, por exemplo, de acordo com um resumo científico divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), os casos (em âmbito global) de depressão e ansiedade tiveram um aumento de 25%.

No entanto, os prejuízos à saúde mental não foram os únicos impactos da doença. Conforme um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Minas, metade dos infectados sofrem com sequelas pós-Covid que podem perdurar por mais de um ano.

Neste post, conversamos com Rodrigo Athanazio, Médico Assistente da Divisão de Pneumologia do InCor - HC - FMUSP e vice-presidente da SPPT, que nos ajudou a compreender quais são os principais efeitos da infecção respiratória e de que forma eles têm afetado a vida das pessoas. Boa leitura!

Quais são as principais sequelas pós-Covid?

A realização de exames após a infecção por Covid-19 passou a ser considerada uma prática de segurança, já que, segundo dados da OMS, a cada dez pessoas infectadas, uma pode apresentar sequelas depois de aproximadamente três meses.

Além disso, é interessante pontuar que elas são as mais diversas, a exemplo de problemas cardíacos, neurológicos, vasculares etc. Contudo, neste material, o foco está voltado às dificuldades respiratórias, as quais afetam o dia a dia das pessoas, complicando o retorno à rotina.

Rodrigo Athanazio explica que algumas das lesões permanentes caracterizam o que se chama de "fibrose pulmonar", que são, basicamente, cicatrizes no pulmão que dificultam a troca de oxigênio.

Em casos assim, pode haver uma limitação para a prática de determinadas atividades do dia a dia, sendo possível até mesmo que o indivíduo com sequelas pós-Covid fique dependente de oxigênio, caso o comprometimento pulmonar seja mais intenso.

O médico ainda esclarece que existe o entendimento de que a Covid-19 é muito mais do que uma doença pulmonar. Trata-se, na verdade, de uma doença inflamatória sistêmica. Ou seja, nas formas mais graves, o corpo todo inflama e, em alguns casos, nas formas mais leves também. Por isso, não é incomum que vejamos uma série de complicações associadas a ela.

Como essas sequelas funcionam?

O vice-presidente da SPPT pontua que "(...) o principal sintoma associado à sequela pulmonar é a falta de ar". No entanto, outro igualmente comum é a tosse, que pode perdurar por meses, especialmente nos casos de pacientes que chegaram ao quadro de fibrose pulmonar.

"Essa tosse tende a ser predominantemente seca, sem tanta secreção, diferentemente dos quadros de infecção bacteriana (...)", elucida. Ele acrescenta ainda que, quando acontecem crises muito intensas, essa sequela pode se tornar um fator bastante limitante.

Chamadas também de "Síndrome pós-Covid", essas complicações, como dito, podem acometer qualquer pessoa que tenha testado positivo para a doença — não se restringindo aos casos mais graves. A intensidade também varia, e o mais indicado sempre é buscar um acompanhamento profissional para a investigação das queixas.

Por que elas acontecem?

A causa exata que origina o surgimento das sequelas pós-Covid ainda não foi esclarecida por completo, mas há pesquisas que sugerem, como sinalizado por Rodrigo, que pode se tratar de uma resposta à inflamação intensa provocada pelo vírus SARS-CoV-2 ou ocorrer em razão de outra condição preexistente que se manifesta após o quadro.

Para facilitar o entendimento, o médico faz uma analogia com a pele, afirmando que, se fizermos um corte na região, haverá sangramento e, posteriormente, a formação de uma "casca". Porém, na maior parte dos casos, futuramente a pele voltará à aparência normal, sem qualquer alteração.

No entanto, caso o corte seja muito profundo ou se a área for machucada diversas vezes, o processo dará resultado a uma cicatriz, que é uma fibrose na pele, uma lesão permanente. Esse é o conceito de sequela.

Como amenizar os efeitos do pós-Covid?

Quanto à amenização das complicações, Rodrigo explica que houve uma grande evolução nos últimos dois anos de pandemia. No início, pode-se dizer que não havia nada a ser feito, entretanto, atualmente — em que estamos em outro contexto epidemiológico —, "(...) a principal forma de prevenir as sequelas pulmonares é tomar a vacina", explica.

O médico reforça que, hoje em dia, o esquema vacinal completo é composto de, pelo menos, três doses. "A vacinação vai proteger o paciente de ter formas graves e, consequentemente, da ocorrência de sequelas, sejam elas pulmonares ou sistêmicas", ressalta.

Rodrigo Athanazio também destaca que já existem vários tratamentos que podem ser adotados nos quadros agudos e graves da doença. No entanto, é importante se lembrar de que cada organismo funciona de um modo diferente, então, muitas vezes, o que vai gerar bons resultados na recuperação de um paciente não necessariamente terá uma performance similar na recuperação de outro.

A importância da orientação profissional

É essencial se proteger ao máximo do verdadeiro "sistema de desinformação" que foi formado durante esse período, em que, infelizmente, houve uma enxurrada de fake news a respeito do que fazer para diminuir o risco de contaminação e/ou durante o processo de tratamento da doença. "A gente precisa fazer o uso de tratamentos eficazes e seguros e que sejam testados", completa.

Ainda nesse sentido, Rodrigo destaca que, até mesmo em se tratando de medicações aprovadas, a orientação adequada é indispensável. Afinal, se usados em um momento inapropriado, os medicamentos podem trazer mais malefícios do que benefícios, colocando o indivíduo em risco.

Outro ponto ressaltado pelo médico é a recomendação de dar seguimento ao tratamento, preferencialmente com o mesmo profissional da área da saúde. Isso porque o time que o acompanhava poderá enxergar de maneira longitudinal e contínua a evolução e, se for o caso, sugerir outra medida mais eficaz.

Por fim, o vice-presidente da SPPT orienta quanto à retomada das atividades do cotidiano e à prática de exercícios físicos. Nesse sentido, afirma que "(...) quanto mais ele [o paciente] se exercitar, mais rápido vai recuperar a sua tolerância aos esforços".

Nesse contexto, fazer exercícios físicos em casa pode ser uma alternativa interessante, especialmente para aqueles que preferem ainda evitar a exposição ou que fazem parte do grupo de risco, como as pessoas da terceira idade. Nesse último caso, inclusive, o bem-estar do idoso deve ser a prioridade.

Como você observou, as sequelas pós-Covid podem ser as mais diversas, variando em intensidade e volume e não se restringindo aos quadros graves. No entanto, atualmente há meios de prevenir essas complicações, e manter o esquema vacinal em dia é a medida mais eficaz.

Este post foi útil? Quer entender de que forma a Omron pode ajudar a avaliar o seu estado de saúde após a infecção pelo novo coronavírus? Entre em contato conosco!

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