As doenças cardiovasculares ainda afetam uma parcela grande da população brasileira, mas hoje em dia temos formas de detectar esses problemas antes que fiquem graves. Graças à tecnologia, existem dispositivos como o ECG portátil e os exames MRPA e MAPA, que nos ajudam a entender melhor nossa saúde cardiovascular.
Se você tem curiosidade de conhecer essas soluções, continue conosco! Para explicar como o ECG portátil, MRPA e MAPA aumentam as chances de aderir ao tratamento de problemas de saúde, contamos com a ajuda de Weimar Sebba Barroso, professor associado de Cardiologia da FM-UFG e presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).
Como a evolução da tecnologia salva vidas em casos de doenças cardiovasculares?
As formas de evitar e tratar doenças do coração e a hipertensão estão cada vez mais acessíveis e práticas. Dispositivos como o ECG portátil e procedimentos como o MAPA e a MRPA têm ajudado bastante nisso.
Agora, tanto os pacientes quanto os profissionais de saúde têm à disposição recursos que antes eram reservados apenas para ambientes clínicos. Essa mudança garante um acompanhamento mais próximo e contínuo das condições cardíacas dos pacientes.
Para o presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), a possibilidade de realizar esse acompanhamento contínuo da saúde cardiovascular contribui tanto para a identificação de problemas de saúde quanto para o tratamento futuro:
"Se conseguimos diagnosticar mais cedo essas alterações na pressão e no ritmo cardíaco, arritmias ou comportamento de pressão arterial, como no caso da hipertensão mascarada, é possível iniciar quanto antes estratégias de controle de tratamento, seja não medicamentoso ou medicamentoso".
ECG portátil, MRPA e MAPA: como são utilizados?
A seguir, entenda como o ECG portátil, a Medição Residencial da Pressão Arterial (MRPA) e o Monitoramento Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) são utilizados na prática clínica para beneficiar pacientes e médicos.
ECG portátil
O eletrocardiógrafo portátil é um dispositivo que permite que você faça um eletrocardiograma (ECG) em qualquer lugar. Como ele, é possível monitorar a sua atividade cardíaca com o máximo de praticidade.
O aparelho capta e amplifica impulsos elétricos do músculo cardíaco, e os resultados aparecem em gráficos. É com esse traçado que o cardiologista estuda os batimentos cardíacos para verificar se o ritmo é sinusal ou se existem alterações.
Um bom exemplo é o KardiaMobile 6L, da OMRON, o único eletrocardiograma portátil de seis derivações. Com apenas alguns toques, você pode registrar dados de ritmo cardíaco de nível médico em segundos e detectar até seis das arritmias mais comuns.
O uso desse aparelho abre uma série de possibilidades para o exame de eletrocardiograma. Afinal, uma das principais vantagens do ECG portátil é a flexibilidade de levá-lo a qualquer local dentro ou fora de um hospital.
No entanto, embora ofereça muitas vantagens, ele não substitui a necessidade de um eletrocardiograma realizado por um profissional de saúde em um ambiente controlado, como um hospital ou clínica. É o que diz Weimar Sebba Barroso, presidente da SBC:
"É lógico que o eletrocardiograma realizado nos hospitais ou clínicas tem um papel importante. Até porque é um eletrocardiograma de doze derivações. Assim, há uma quantidade maior de informações em relação à atividade elétrica do coração. Geralmente, é feito em cenários de emergência ou de urgência".
MRPA
A Medição Residencial da Pressão Arterial (MRPA) é o acompanhamento da pressão pelo próprio paciente em seu ambiente doméstico. A aferição acontece por meio de um monitor portátil, que deve ser usado em diferentes momentos do dia.
O paciente precisa seguir as instruções do aparelho para iniciar a medição da pressão arterial. Isso geralmente envolve colocar o manguito ao redor do braço, pressionar um botão para iniciar a medição e permanecer quieto enquanto o aparelho realiza a medição.
De acordo com as V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, o registro da pressão na MRPA acontece ao longo de 5 dias, com 3 medidas de manhã e 3 à noite, feitas durante a vigília pelo paciente ou por uma pessoa treinada, tanto no domicílio quanto no trabalho, usando aparelhos validados.
O acompanhamento da pressão em diferentes momentos do dia é importante porque, muitas vezes, quando estamos no consultório médico, podemos ficar nervosos, e isso pode influenciar a leitura da pressão arterial.
Contudo, em casa, em um ambiente mais relaxado e familiar, as leituras do monitor portátil tendem a ser mais precisas e representativas do que realmente está acontecendo com a sua pressão arterial.
Nos casos de hipertensão, o paciente que inclui essa medição residencial na sua rotina têm maior probabilidade de aderir ao tratamento, segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Isso acontece porque a pessoa se torna mais consciente da sua condição e do impacto das escolhas na sua saúde.
MAPA
O Monitoramento Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) é o registro da pressão arterial durante as 24 horas do dia, incluindo os períodos de vigília, sono e atividades rotineiras. O exame é realizado utilizando um aparelho que registra a pressão arterial em intervalos regulares ao longo do dia e da noite.
O aparelho MAPA consiste em um monitor pequeno que é preso à cintura do paciente e conectado a um manguito colocado ao redor do braço. No período de monitoramento, o manguito infla automaticamente em intervalos regulares para medir a pressão.
A principal diferença do MAPA para a MRPA está na duração do monitoramento e na frequência das medições. Veja o que diz Weimar Sebba Barroso, presidente da SBC, sobre os dois métodos:
"É evidente que existem diferenças entre os métodos, uma vez que o MAPA me dá uma informação ao longo das 24 horas, inclusive durante o sono, e a MRPA, pelo menos no Brasil, ainda não consegue trazer essa informação em relação ao período noturno."
Na prática, enquanto o MAPA realiza medições regulares da pressão arterial durante as 24 horas, o registro da MRPA, como já vimos, é dividido em três medições pela manhã e três à noite, durante cinco dias consecutivos.
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