Doenças Respiratórias

Tudo o que você precisa saber sobre a relação entre rinite alérgica e sinusite

Você sabe a diferença existente entre rinite alérgica e sinusite? Essa é uma dúvida muito comum entre as pessoas devido à semelhança que há entre os sintomas. Além disso, o número de indivíduos que sofre desses problemas é grande. Para que você tenha uma ideia, de acordo com a Organização Mundial da Alergia, WAO (sigla em inglês), entre 30% e 40% das pessoas precisam lidar com a rinite.

Com o inverno se aproximando, é natural que tanto a rinite alérgica quanto a sinusite se desencadeiem mais. Em agosto de 2023, os atendimentos de sinusite cresceram cerca de 90% no estado de SP, o que reforça essa afirmativa.

Por essa razão, conhecer as diferenças, entender os sintomas e buscar por um profissional de saúde especializado deve estar entre as prioridades. Neste material, vamos explicar tudo sobre o tema. Continue a leitura e confira!

O que é a rinite alérgica?

Antes de entendermos sobre a rinite alérgica, é interessante nos aprofundarmos mais em relação ao que é a rinite em si. Trata-se de uma inflamação nas mucosas do nariz e que conta com variadas causas, inclusive alergias. Conheça os três tipos de rinite:

  • crônica: acontece quando a pessoa não se recupera de uma inflamação. Com isso, o paciente costuma manter a doença por três meses ou mais;
  • aguda: é comum que a população a confunda com o resfriado justamente pelos sintomas semelhantes. Geralmente, dura entre 7 e 10 dias, podendo ter uma duração estendida;
  • alérgica: como o próprio nome já diz, é desencadeada principalmente por alergias.

Entre os fatores que desencadeiam as alergias, destacam-se os ácaros, fungos, poeira, plantas, descamação da pele, alimentos, perfume, pelos de animais (gatos, por exemplo), fumaça de cigarro, mudanças de temperatura, produtos de limpeza que tenham cheiros mais fortes, salivas de animais etc.

Sobre a rinite alérgica, deve-se destacar ainda que não se trata de uma doença contagiosa. Contudo, filhos de pais alérgicos têm mais probabilidade de também contarem com a rinite devido à genética, manifestando-se ao longo da vida.

Além disso, há alguns fatores que a fazem piorar, como aqueles mencionados anteriormente. Quanto mais a pessoa entra em contato com determinadas substâncias, mais os sintomas tendem a aparecer.

Diagnóstico

Um ponto importante que se deve levar em consideração é que o diagnóstico da rinite alérgica é diferente em comparação com outros tipos de rinite. Quando você vai a um médico, ele entenderá inicialmente todo o seu histórico. Com isso, fará uma avaliação detalhada desde a infância, identificando quais são os sintomas que você sente com frequência e quais são as situações comuns que ocorrem quando você tem os sinais da doença, além de solicitar exames de diagnóstico por imagem.

Depois que o profissional identificar que se trata realmente da rinite alérgica, investigará, junto ao paciente, quais são as principais causas. Assim, há a possibilidade de evitar o problema com mais efetividade.

O que é a sinusite?

Já entendemos o que é a rinite alérgica. Agora, chegou o momento de sabermos mais informações a respeito da sinusite. Para a compreendermos, é preciso explicar brevemente sobre a anatomia da face. No rosto humano, existe uma região que se chama seios da face. São espaços entre os ossos do rosto, com quatro grupos: seios maxilares, frontais, etmoidais e esfenoides.

A sinusite ocorre justamente quando há inflamação do revestimento interno dos seios da face, que pode ser causada tanto por infecção bacteriana quanto por infecção viral. Como o próprio nome sugere, uma é causada por vírus e a outra por bactérias. No caso da viral, que é a forma mais comum da sinusite, os seios da face podem ficar inflamados e congestionados.

Já no caso da sinusite bacteriana, ela se desenvolve normalmente depois de uma infecção viral, na qual bactérias oportunas se proliferam com mais facilidade. Os sintomas, nos quais nos aprofundaremos mais adiante, são muito semelhantes para ambos os tipos de sinusite.

Sinusite aguda

A sinusite aguda tem menor duração. Normalmente, encerra-se em até 4 semanas por conta própria ou ao utilizar medicamentos voltados para os sintomas, como analgésicos ou descongestionantes nasais. Deve-se levar em conta que o ideal é a busca por um profissional de saúde para o uso de qualquer remédio.

Além disso, quando o tratamento é feito de forma efetiva, as chances de reduzir a inflamação e de aliviar os sintomas aumentam consideravelmente, de modo que a pessoa tem a oportunidade de combater a infecção subjacente.

Sinusite subaguda

Há, ainda, a sinusite subaguda. Ela é considerada um tipo intermediário de sinusite, cuja duração gira em torno de 4 a 12 semanas. Normalmente, ocorre devido à continuação de uma sinusite aguda que não foi tratada de forma correta (o que reforça a necessidade de sempre contar com o acompanhamento do profissional de saúde para que a medicação seja a certa e o problema seja solucionado com a visão do médico).

Assim como a sinusite aguda, o tratamento da sinusite subaguda tem como intuito aliviar os principais sintomas. Utilizam-se descongestionantes e irrigação nasal com soro fisiológico próprio. Caso o problema evolua, também é feito o uso de antibióticos.

Sinusite crônica

A sinusite crônica tem uma duração mais longa, que ultrapassa as 12 semanas. O tratamento também é diferente. Como os sintomas tornam-se mais complexos, há o uso de antibióticos por tempo prolongado ou até mesmo a realização de cirurgia com o intuito de corrigir algum problema estrutural da face.

Qual é a relação entre as duas doenças?

A seguir, selecionamos alguns dos principais tópicos relacionados à rinite e à sinusite, para que você entenda a relação entre as duas doenças.

Sintomas

Quanto aos sintomas da rinite, os principais são:

  • obstrução do nariz, popularmente conhecida como nariz entupido;
  • secreção fluida e clara;
  • redução do olfato;
  • vermelhidão no rosto;
  • olhos lacrimejados;
  • sangramento nasal;
  • prurido no ouvido;
  • sensação de fluidos que escorrem atrás da garganta;
  • dor de ouvido, entre outros.

Quanto à sinusite, os sintomas podem incluir:

  • secreção nasal, com fluidos mais espessos, amarelados ou esverdeados;
  • dores de cabeça mais fortes;
  • cansaço;
  • redução do olfato;
  • dores na face;
  • febre, entre outros.

Causas da rinite e sinusite

A principal manifestação da rinite ocorre quando a pessoa entra em contato com o agente causador. Deve-se reiterar que esse problema respiratório também pode ter origem hereditária. Já a sinusite, como vimos, pode ser desencadeada tanto pelo contato com agentes causadores (os fatores alérgicos) quanto por agentes infecciosos, que podem ser vírus, fungos etc.

Prevenção da rinite alérgica

A prevenção da rinite alérgica envolve algumas ações para que o indivíduo evite o contato com as substâncias alergênicas.

No entanto, há alguns agentes que não são tão fáceis assim de evitar, como o ácaro. Afinal, ele se prolifera especialmente pela poeira e pode se multiplicar em travesseiros, lençóis, cortinas, bichos de pelúcia etc. Dessa forma, o principal cuidado que deve ser mantido é o de deixar o espaço muito bem ventilado, limpo e com boas fontes de luz.

Como vimos, existem outros agentes causadores de alergias que também são muito comuns. Caso sejam produtos de limpeza com cheiro forte, existe a possibilidade de realizar a troca e testar outros produtos até encontrar aquele que seja o ideal.

Outros elementos alergênicos, como tintas com odor forte, podem exigir mudanças significativas na rotina e nos hábitos. Se você residir ou trabalhar em um local em reforma, o ideal é buscar por uma casa provisória ou verificar a opção de trabalhar de casa (no segundo exemplo).

Prevenção da sinusite

Alguns cuidados devem ser tomados para a prevenção da sinusite. O primeiro deles está relacionado com a necessidade de manter as vias respiratórias hidratadas. Para isso, o mais indicado é o uso de umidificador, principalmente em períodos que tendem a ser mais secos.

Como sabemos, a sinusite pode ser causada por infecções virais e bacterianas, assim, manter a higiene das mãos também deve ser uma prioridade tanto para evitar esse problema respiratório quanto outras infecções.

Para quem tem alergias, também recomendamos evitar exposição excessiva aos agentes causadores. Nos colchões e travesseiros, o uso de capas protetoras será eficiente tanto para evitar a sinusite quanto a rinite.

Tratamento da sinusite

Novamente, ressaltamos a importância de que pessoas que enfrentam quadros de sinusite, sejam eles crônicos ou não, busquem a orientação de um profissional de saúde capacitado. Somente assim poderão receber direcionamentos precisos sobre o tratamento que deve ser seguido.

Entre as medidas mais comuns para o tratamento de sinusite, destaca-se a inalação de medicamentos próprios para a condição. Como sabemos, a sinusite se refere a um quadro em que os seios paranasais sofrem com a entrada de líquidos, pois essa é a forma como o corpo reage para combater a inflamação. Assim, as inalações com vapor aliviam os incômodos e contribuem para reduzir o inchaço, de modo que haverá a drenagem desses líquidos.

Nesse cenário, sprays nasais são muito utilizados. Com o uso, as membranas da cavidade nasal retornarão ao tamanho normal. No entanto, é necessário adotar outras medidas combinadas, uma vez que o efeito desse tipo de medicamento não é prolongado.

Descongestionantes também auxiliam nesse processo. Ainda, alguns profissionais indicam analgésicos para reduzir as dores de cabeça. Quando a pessoa apresenta quadro de febre, é recomendado o uso de antitérmicos.

Em situações mais graves, quando ocorrem obstruções mais severas ou há o bloqueio no acesso aos seios paranasais, é necessário o tratamento cirúrgico. Se o médico chegar a essa recomendação, o intuito é fazer a desobstrução ou a retirada de agentes infecciosos que podem provocar a doença com maior frequência.

Tratamento da rinite alérgica

Existem algumas possibilidades de tratamento para a rinite alérgica. Além, é claro, de evitar contato com as substâncias que desencadearam a rinite, existem medicamentos que podem aliviar os sintomas ou até mesmo prevenir crises. Com o acompanhamento médico adequado, o profissional terá a possibilidade de indicar um tratamento sistêmico.

No entanto, é preciso sempre levar em consideração que o uso de qualquer substância deve ser prescrito e que existem os riscos associados a efeitos colaterais. Dessa forma, até mesmo a dosagem deve ser de acordo com as suas necessidades e acompanhada de forma regular.

Também estão disponíveis vacinas antialérgicas, que são preparadas após a realização de testes cutâneos específicos para cada paciente. Elas são desenvolvidas a partir de um anticorpo que desencadeia a alergia e são frequentemente empregadas no tratamento de condições como asma alérgica, conjuntivite e rinite.

As doenças podem aparecer juntas?

A rinite e a sinusite podem sim aparecer juntas. Normalmente, especialistas chamam esse quadro de rinossinusite. Ela ocorre quando há o processo inflamatório da cavidade nasal em conjunto com o processo inflamatório dos seios paranasais.

O profissional de saúde fará o acompanhamento do paciente e identificará os sintomas mais presentes para a solicitação de exames. Normalmente, os mais comuns são a coriza, a obstrução nasal e outros sintomas já mencionados das duas doenças, como alterações no olfato, dor facial, dores na testa, entre outros.

Existem alguns sintomas pouco comuns, mas que também podem aparecer, como é o caso da cefaleia, mal hálito, febre em casos crônicos, tosse, dor dental e fadiga.

Qual é a importância do acompanhamento médico e de estar atento a essas doenças?

Ao longo de todo o material, reforçamos a ideia de que é necessário ter um acompanhamento médico para a identificação precisa do quadro clínico e para a indicação dos medicamentos necessários para o tratamento da rinite alérgica e da sinusite.

Além disso, o profissional solicitará exames de acordo com os sintomas e as queixas do paciente. Alguns dos mais comuns são:

  • raio-x: o médico pode solicitar um raio-x dos seios da face com o objetivo de identificar um quadro de rinossinusite ou sinusite, uma vez que conseguirá visualizar com mais precisão as inflamações e as obstruções físicas;
  • tomografia computadorizada: como vimos ao longo do material, existem casos em que o tratamento precisa ser cirúrgico. O médico identificará essa necessidade a partir de uma tomografia computadorizada, podendo visualizar toda a anatomia dos seios nasais;
  • culturas nasais: essa alternativa é útil quando o paciente não responde a nenhum tratamento. Dessa forma, o médico responsável fará uma análise dos tecidos nasais para identificar a patologia.

Um diagnóstico rápido é essencial para o paciente. No caso da sinusite, quando ela é crônica, a falta do tratamento mais indicado para as necessidades da pessoa pode acarretar alterações anatômicas. Entre elas, destacam-se o desvio de septo, os traumas e as demais obstruções que podem impedir a passagem de ar.

O que ajuda no alívio de sintomas da sinusite?

Existem alguns cuidados importantes que contribuem para o alívio dos sintomas da sinusite. A seguir, selecionamos os principais. Confira!

Investir na irrigação nasal

A irrigação nasal, também conhecida como lavagem nasal, é um procedimento essencial para quem sofre de sinusite. Para realizá-la corretamente, é necessário utilizar um dispositivo apropriado na narina, evitando direcioná-lo para a região do septo nasal. Em seguida, incline o tronco para frente e vire a cabeça para o lado oposto da narina que será irrigada. Durante o procedimento, não se esqueça de manter a respiração pela boca.

Ter cuidado com a hidratação

A hidratação é indicada em qualquer contexto, mesmo sem o aparecimento de doenças respiratórias. No entanto, caso você já esteja em um processo de gripe ou resfriado ou passando por processos alérgicos, esse é um ponto que não pode ser deixado de lado. Afinal, contribuirá de forma direta para evitar o aparecimento de doenças.

O ideal é que você beba pelo menos 2 litros de água por dia. Durante os processos de gripes ou alergias, também é indicado que aplique pelo menos 3 gotas de soluções salinas nas narinas ao longo do dia.

Fazer inalação

Normalmente, a inalação serve para levar medicamentos para a laringe, a traqueia e o pulmão. Contudo, durante a sinusite, quando ela é realizada de forma efetiva com soluções salinas ou vapor de água quente, há a possibilidade de facilitar a saída da secreção dos seios nasais.

Evitar ar-condicionado

Outra dica que contribui diretamente para aliviar os sintomas da sinusite é evitar o uso do ar-condicionado. Isso porque esse aparelho pode ressecar as mucosas e dificultar a drenagem da secreção. É importante lembrar que a secreção nasal é um fluido natural que tem como função proteger as vias respiratórias. Quando essa secreção fica ressecada durante um quadro de sinusite, há maior propensão para a disseminação de agentes infecciosos, o que pode agravar os problemas nos seios da face.

Realizar o tratamento adequado

Novamente, reforçamos a necessidade de buscar por um tratamento adequado, feito por um profissional capacitado. Somente um médico será capaz de identificar o grau de sinusite e indicar quais medicamentos devem ser tomados. Caso o paciente faça um tratamento inadequado, as chances de a sinusite se tornar crônica aumentam consideravelmente.

O que ajuda no alívio dos sintomas da rinite?

Neste tópico, explicaremos quais são os cuidados que auxiliam no controle dos sintomas da rinite. O passo a passo é muito parecido com o da sinusite, envolvendo ações como:

  • higienização do nariz, para evitar o desconforto da coriza;
  • inalação;
  • acompanhamento médico;
  • uso de medicações prescritas pelo profissional;
  • identificação do que causa a alergia, para evitar contato. Por exemplo, há pessoas que têm alergia ao pelo de gato. Nesse caso, o ideal é evitar contato ou, caso não seja possível, verificar com o profissional de saúde se existe algum medicamento que possa evitar a rinite nesse cenário.

Como ter uma vida mais saudável?

Neste conteúdo, chegamos a mencionar alguns tipos de cuidados que devem ser adotados não apenas para o tratamento da rinite alérgica e da sinusite, mas também para outras doenças. É o caso da hidratação, que contribui diretamente para o bom funcionamento do corpo, sendo capaz de evitar problemas relacionados à falta de ingestão de água, como as pedras nos rins.

Existem outras práticas que também podem ser aplicadas no dia a dia a fim de melhorar o funcionamento do organismo. A seguir, vamos explicar de forma breve quais são elas.

Ter uma alimentação equilibrada

Quando você opta por uma alimentação equilibrada, consequentemente, o seu sistema imunológico é fortalecido. Com isso, os riscos de desencadear a sinusite, a rinite e outros problemas respiratórios são reduzidos, principalmente em épocas específicas do ano em que eles são mais comuns.

O corpo humano necessita de nutrientes para a sua autorregulação e para o seu bom funcionamento. Em suas refeições, é preciso ter um equilíbrio entre o consumo de carboidratos, minerais, proteínas e vitaminas. Esses nutrientes podem ser encontrados em cereais, legumes, grãos, vegetais, carnes e ovos.

Ter o acompanhamento de um nutricionista é o mais indicado, pois esse profissional terá a capacidade de criar uma dieta de acordo com as suas necessidades.

Evitar comportamentos sedentários

Sempre que se discute a importância de praticar atividades físicas, muitas pessoas imediatamente pensam na ideia de se matricular em uma academia, elaborar planos complexos etc. No entanto, não é preciso focar exclusivamente nisso. Medidas práticas do dia a dia contribuem para que você não tenha comportamentos sedentários, como fazer caminhadas, subir escadas em vez de usar sempre os elevadores e outras possibilidades de movimento que você pode encontrar ao longo da sua rotina.

Fazer exames periódicos

Ter um acompanhamento médico regular é fundamental não apenas para identificar e tratar casos de rinite alérgica ou sinusite, mas também para garantir uma vida com mais qualidade e longevidade. Nesse sentido, não deixe de fazer check up clínico e cardiológico todos os anos, principalmente depois de uma certa idade.

Além disso, busque por um profissional que esteja ambientado a tratamentos preventivos, uma vez que ele será fundamental para a identificação de patologias que muitas vezes são assintomáticas e que podem passar despercebidas em seu dia a dia.

Neste material, você pôde entender um pouco mais sobre a rinite alérgica e a sinusite, seus sintomas, tratamentos e demais informações importantes. Como vimos ao longo do conteúdo, ter um acompanhamento próximo de um profissional e identificar os sintomas para o diagnóstico precoce é essencial. Assim, é possível evitar que haja qualquer tipo de piora no quadro.

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