A pressão alta na gravidez pode acontecer com qualquer mulher. Tanto naquelas que já tinham histórico prévio de hipertensão até quem nunca teve qualquer problema relacionado ao coração, o risco existe em razão das modificações pelas quais o corpo feminino passa durante a gestação.
Ao longo do artigo, vamos falar a respeito das características da pressão alta nessa fase da vida, incluindo os principais sintomas relacionados. Entre eles, o inchaço de braços e pernas e a dor de cabeça. Além disso, vamos trazer dicas de alimentação saudável e exercícios físicos que podem ajudar a manter a futura mamãe com a saúde em dia.
Para detalhar o tema, convidamos o Dr. Weimar Sebba, médico cardiologista e professor da pós-graduação da Universidade Federal de Goiás (UFG), especialista no assunto. Acompanhe!
As diferenças na pressão arterial durante a gravidez
O período de gestação demanda diversos cuidados com a saúde da mulher. O acompanhamento médico deve ser constante para prevenir situações como diabetes gestacional, dentes sensíveis e maior suscetibilidade a cáries, infecções urinárias e pressão alta na gravidez, alguns dos pontos de maior atenção. Isso sem falar nas doenças sazonais, como a gripe.
De acordo com o Dr. Sebba, a chamada eclâmpsia ou pré-eclâmpsia — uma elevação da pressão arterial, desencadeada por processo inerente à presença do feto no organismo materno — tende a se manifestar após a 20ª semana de gestação. Em geral, desaparece após algumas semanas ou meses depois que a gravidez chega ao fim, ocorrendo em 2% a 8% das mulheres que têm filhos.
Porém, esse não é o único risco associado a doenças cardíacas durante a gestação. “Podemos ter também a hipertensão como condição crônica e que está presente em 1% a 1,5% das gestantes, e se inicia antes da 20ª semana de gestação ou já existia antes”, esclarece o médico.
Os principais sintomas da pressão alta na gravidez
Além do acompanhamento médico constante (pré-natal) e da realização periódica de exames, ainda há sintomas que podem ajudar a identificar a pressão alta na gravidez. São eles:
- retenção de líquidos (inchaço nos braços e nas pernas);
- dor de cabeça e na nuca;
- visão embaçada;
- sensibilidade à luz, mesmo que não seja tão forte.
Ainda assim, o mais importante é medir frequentemente a pressão arterial ao longo de toda a gestação. “Na maioria das vezes, os sintomas são bem sutis ou inexistem”, alerta o Dr. Sebba — por isso a importância do controle.
Fatores de risco da pressão alta na gravidez
Se o acompanhamento médico for feito corretamente e, é claro, se os sintomas surgirem e forem tratados rapidamente, a pressão alta na gravidez é controlável. Ainda assim, há fatores de risco a serem considerados. Por isso, as mulheres que se enquadram em condições específicas devem ficar alertas previamente.
Veja quando observar a pressão alta com ainda mais atenção:
- pré-eclâmpsia prévia (ou seja, ocorrência em gestação anterior);
- gestação multifetal (isto é, gravidez de gêmeos, trigêmeos ou mais bebês simultaneamente);
- histórico prévio de hipertensão arterial;
- diabetes;
- ocorrência de doenças autoimunes;
- obesidade;
- idade acima de 35 anos.
“A avaliação para predizer o risco de pré-eclâmpsia ou eclâmpsia deve acontecer no primeiro trimestre da gestação, especialmente se valendo da avaliação de resistência ao fluxo nas artérias uterinas ou de alguns exames laboratoriais que avaliam angiogênese”, detalha o cardiologista.
O acompanhamento médico é importante, pois a pressão alta na gravidez pode ocasionar problemas sérios de saúde tanto para a mãe quanto para o bebê. No caso da mãe, pode ser desenvolvida a hipertensão arterial crônica, que eleva o risco de infarto e de Acidente Vascular Cerebral (AVC). O bebê também pode nascer prematuramente.
Tratamento para controlar pressão alta na gravidez
O melhor tratamento para a pressão alta na gravidez — assim como tudo relacionado à saúde — é a prevenção. Com a adoção de um estilo de vida saudável, o que inclui alimentação equilibrada, prática de exercícios físicos e atenção à saúde mental, a tendência é que os perigos da hipertensão sejam evitados. Acompanhe as dicas:
- consumo de alimentos ricos em ácido fólico, que ajudam a dilatar os vasos sanguíneos;
- repouso em caso de indícios de pressão alta;
- controle do peso, a partir do consumo de alimentos saudáveis e sem exageros;
- deixar de lado situações estressantes ou causadoras de preocupações.
Ainda assim, em casos nos quais há histórico familiar da doença, ela pode surgir mesmo que todos os cuidados sejam tomados. Nessa situação, o uso de medicamentos anti-hipertensivos pode ser recomendado. É fundamental, no entanto, ter certeza de que o remédio escolhido pode ser usado com segurança tanto pela mãe quanto pelo feto. Isso só pode ocorrer sob indicação médica.
Alimentos recomendados
Entre os alimentos para hipertensão mais recomendados destacam-se frutas, carnes magras, legumes, verduras, leite e seus derivados desnatados, bem como as oleaginosas. Entre elas, o amendoim, as avelãs e as castanhas.
Já na lista de alimentos ricos em ácido fólico, que contribuem para uma gestação mais saudável e maior dilatação dos vasos sanguíneos, destacam-se a lentilha, o quiabo, o macarrão, o brócolis, a beterraba, o arroz branco e o suco de laranja natural, entre outros.
Exercícios físicos para grávidas
Os exercícios físicos são essenciais em qualquer momento da vida, mas devem ser adaptados durante a gestação. Além de fazer bem para o corpo, são fundamentais para manter a mente sadia. Isso é importante, afinal, existe uma relação entre estresse e pressão alta, o que não pode ser desconsiderado.
Algumas dicas de exercícios físicos para gestantes são:
- Pilates — melhora a função cardíaca e a respiração;
- caminhada ou corrida leve — faz bem para o corpo como um todo, desde que praticada com moderação;
- hidroginástica — reduz dores e inchaço corporal;
- bicicleta ergométrica — indicada somente até o sexto mês de gestação, ajuda a manter a forma e a fortalecer o organismo nesse momento em que ele é mais exigido.
Chegamos ao fim do artigo com essa informação: a pressão alta na gravidez é um tema delicado e deve ser tratado com a devida atenção e acompanhamento, sempre com foco na saúde da mãe e do bebê. Afinal a qualidade de vida familiar deve vir sempre em primeiro lugar.
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