Hipertensão

O que o eletrocardiograma detecta? Saiba mais sobre o exame

Quando há suspeita de que a saúde cardiovascular pode estar comprometida, um dos exames comumente recomendados é o eletrocardiograma (ECG). Com uma tecnologia de medição elétrica, ele consegue mostrar aos médicos como está a atividade em várias partes do coração. Se você tem dúvidas sobre o que o eletrocardiograma detecta, está no lugar certo!

Neste texto, separamos as principais informações sobre como é feito o ECG. Além disso, conversamos com o especialista Marco Mota, médico cardiologista, para explicar melhor o que o exame avalia na atividade cardíaca. Continue a leitura para tirar as suas dúvidas!

O que é o eletrocardiograma?

Trata-se de um exame que representa graficamente a atividade elétrica do coração. De acordo com o médico cardiologista Marco Mota, é "um dos mais revolucionários exames já desenvolvidos para identificação das alterações do coração".

O exame funciona assim: o eletrocardiógrafo registra as correntes elétricas geradas pelo coração durante o seu ciclo de contração e relaxamento. Você já deve conhecer o exame tradicional, em que vários eletrodos são colocados na pele do paciente em pontos específicos do corpo para detectar os impusos elétricos.

A novidade é que, com os avanços na tecnologia médica, hoje temos até mesmo equipamentos disponíveis de forma miniaturizada e portátil, como o KardiaMobile de 6 derivações. Assim, é possível ter um aparelho de ECG próprio, ideal para o acompanhamento pessoal e para cuidados domiciliares.

O aparelho portátil é um dispositivo inteligente e bastante versátil para a coleta de dados cardíacos, sendo o único ECG pessoal de 6 derivações aprovado mundialmente.

Nesse caso, há apenas três sensores: dois eletrodos para os dedos e um para ser colocado em contato com a perna esquerda. Ainda assim, ele é capaz de fornecer as derivações I, II, aVL, aVR e aVF, proporcionando o registro das atividades elétricas cardíacas em nível médico, mesmo fora do hospital.

Para que serve esse exame?

O especialista Marco Mota afirma que, pela praticidade e custo do investimento, essa ferramenta pode ser de extrema utilidade na prática clínica, quando utilizada por médicos conhecedores do assunto.

Ele pode ser solicitado pelas equipes médicas quando há suspeita de doenças que afetam o sistema cardiovascular, para o acompanhamento de pacientes crônicos e em check-ups médicos, em conjunto com outros exames para proporcionar uma visão abrangente da saúde cardíaca de um paciente.

Segundo o médico cardiologista, o ECG de 6 derivações pode servir para a detecção de diversas situações de interesse clínico, como:

  • definir com precisão o ritmo e a frequência cardíaca (batimentos cardíacos por minuto, bpm);
  • suspeitar da presença de crescimentos em cavidades (átrio direito e esquerdo, ventrículo direito e esquerdo);
  • diagnosticar sinais agudos de enfarte das regiões diafragmáticas e lateral alta do ventrículo esquerdo;
  • observar sinais de necrose derivada de enfartes antigos, também nas regiões diafragmáticas e lateral alta do ventrículo esquerdo.

O especialista nos conta que, apesar de ser altamente preciso e versátil, o ECG portátil de 6 derivações não oferece informações precisas sobre enfartes de regiões septal e ântero-apical.

Em caso de suspeita de problemas nessas regiões, é preciso considerar outras técnicas ou abordagens de diagnóstico, para uma investigação mais detalhada.

O que o eletrocardiograma ajuda a detectar?

O eletrocardiograma é uma ferramenta valiosa para os médicos no diagnóstico de várias condições cardíacas, como arritmias, enfarte do miocárdio, distúrbios de condução elétrica, entre outros. Veja algumas delas:

  • arritmias cardíacas: o ECG pode identificar batimentos cardíacos irregulares, como fibrilação atrial, taquicardia e bradicardia – essas arritmias de condução e excitabilidade podem ser manifestações de bloqueios atrioventriculares de primeiro, segundo ou terceiro graus, ou arritmias extra sistólicas em geral;
  • enfarte do miocárdio: o ECG é utilizado para diagnosticar um ataque cardíaco (enfarte do miocárdio) – essa ocorrência gera alterações específicas no traçado do ECG, como elevação ou depressão do segmento ST, podem indicar a presença de lesões cardíacas;
  • distúrbios de condução elétrica: o exame pode detectar distúrbios na condução elétrica do coração, como o bloqueio cardíaco, que ocorre quando os sinais elétricos são retardados ou bloqueados ao passar de uma parte do coração para outra;
  • hipertrofia cardíaca: é o aumento do tamanho do músculo cardíaco, que pode ser sugerido pelo ECG – em geral, essa é uma manifestação clínica de condições como hipertensão arterial ou estenose aórtica;
  • distúrbios do ritmo sinusal: o exame também pode identificar distúrbios no nó sinusal, que é responsável por iniciar os impulsos elétricos no coração;
  • anormalidades eletrolíticas: desvios nos níveis de eletrólitos, como potássio, sódio e cálcio, podem afetar a condução elétrica do coração, e o ECG é capaz de indicar a presença dessas anormalidades;
  • avaliação pré-operatória: o ECG também pode ser usado antes de procedimentos cirúrgicos importantes, especialmente aqueles que envolvem o sistema cardiovascular – o exame serve para avaliar o estado cardíaco do paciente e identificar possíveis riscos. 
  • outras condições cardíacas: por fim, o eletrocardiograma oferece pistas sobre outras condições cardíacas.

O especialista nos lembra que os exames de ECG também podem ser indicados para a monitorização de pacientes considerados de alto risco cardiovascular, pela possibilidade de transmissão (em tempo real) de eventos para seu médico acompanhante. Ainda, é uma ferramenta de suporte no atendimento de emergência de pessoas com forte dor no peito, falta de ar e outros sintomas críticos.

Especificamente falando do ECG portátil de 6 derivações, ele também contribui com o registro detalhado da atividade cardíaca para refinar o tratamento médico. É importante notar que o dispositivo não precisa ser usado o tempo todo, mas apenas quando surgir algum sintoma — nessa situação, você pode começar a gravar o ECG imediatamente, de onde estiver.

O registro da atividade cardíaca no momento em que há sintomas é muito valioso para a análise posterior, dando a você e ao seu médico cardiologista uma visão detalhada e confiável do seu coração.

Diante desta leitura, você já sabe o que o eletrocardiograma detecta. Como vimos, trata-se de um exame muito produtivo para a avaliação da atividade elétrica do coração e, a partir dela, a detecção de diversas situações de interesse clínico. E, atualmente, é possível carregar o seu aparelho de ECG pra qualquer lugar!

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