A aterosclerose é uma doença inflamatória crônica que afeta a camada interna (endotélio) das grandes artérias, provocando a formação de placas que obstruem a circulação sanguínea nos tecidos. Essa alteração pode levar a problemas cardiovasculares e cerobrovasculares, que ocorrem, principalmente, devido ao envelhecimento.
Entretanto, independentemente da idade cronológica, o dano vascular pode acontecer com o aceleramento do envelhecimento das artérias. Esse aspecto está associado a fatores de risco genéticos e idade (não modificáveis), bem como à dislipidemia, hipertensão arterial, tabagismo e diabetes (modificáveis).
Neste artigo, vamos explicar as causas da aterosclerose, bem como o diagnóstico dessa condição, tratamento e a sua relação com doenças do coração. Continue lendo para saber mais!
As causas da aterosclerose
A presença dos fatores de risco não modificáveis e modificáveis, associados a outros ainda não identificados completamente, como os inflamatórios e imunológicos, possibilita o aparecimento de arteriosclerose, que se refere ao dano da camada média e aterosclerose, que é o dano causado ao endotélio.
Nesse sentido, é importante observar que a hipertensão arterial é o principal fator modificável relacionado ao dano vascular precoce, sendo fundamental o diagnóstico precoce e correto, bem como o tratamento adequado e controle sistemático da pressão arterial.
Desenvolvimento da doença
A aterosclerose ocorre inicialmente pelo acúmulo de colesterol e macrófagos (células de defesa do organismo), avançando com o aumento no tecido matricial que envolve o núcleo lipídico, formando placas que reduzem o fluxo sanguíneo e provocam isquemia (interrupção da circulação do sangue) dos tecidos irrigados.
As placas de aterosclerose podem se apresentar como estáveis ou instáveis. Na primeira forma há uma predominância de colágeno, bem como placa fibrosa espessa e menor número de células inflamatórias e núcleo lipídico. Já as instáveis se caracterizam por uma intensa atividade inflamatória, com uma capa fibrótica fina que apresenta alto risco de ruptura.
Quando a ruptura ocorre, o conteúdo lipídico fica exposto, levando à formação de trombo. Nesse caso, há uma grande probabilidade de obstrução do leito arterial, com a interrupção do fluxo sanguíneo que provoca o infarto do tecido. Esse é um fenômeno identificado como aterotrombose, uma das principais causas de morte no mundo, cujo agravamento pode levar ao infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral.
O diagnóstico da aterosclerose
O diagnóstico da aterosclerose é feito por meio de uma avaliação dos sintomas, com exames laboratoriais e de imagem, como a ultrassonografia, tomografia, cintilografia e angiograma, entre outros. Eles são essenciais para confirmar a doença.
A angiografia, ou angiograma, permite que se visualize o fluxo do sangue através das artérias coronárias e das câmaras do coração. Para isso, é aplicada uma injeção com substâncias específicas na corrente sanguínea. Essa técnica é considerada uma das melhores para diagnosticar a doença e pode durar de 30 a 60 minutos.
O tratamento e a prevenção da doença
O tratamento da aterosclerose é feito com base no restabelecimento do fluxo sanguíneo na região obstruída. Para isso, o médico especialista pode indicar medicamentos, como os antiagregantes plaquetários, que evitam a formação de trombos, bem como procedimentos cirúrgicos.
Em geral, os procedimentos cirúrgicos são efetuados de duas maneiras: com a inserção de um tubo (stent) para expandir a artéria obstruída ou por meio de transplante de um vaso saudável para desviar a região afetada É importante observar que os fatores de risco também devem ser tratados, como obesidade, diabetes e hipertensão arterial.
Prevenção
A aterosclerose pode iniciar-se na infância e ficar silenciosa por muito tempo, manifestando-se, geralmente, na fase adulta. Nesse período silencioso, a prevenção pode fazer muita diferença para o bloqueio do seu desenvolvimento. Algumas formas de prevenção incluem:
- alimentação saudável, evitando sal, açúcar e gorduras em excesso;
- cessação do hábito de fumar;
- controle do colesterol ruim (LDL);
- mudança de comportamentos e meditação para controlar o estresse excessivo;
- prática regular de exercícios físicos, por no mínimo 30 minutos, cinco vezes por semana.
Os tipos de aterosclerose e a sua relação com doenças do coração
As doenças que podem ser causadas pela aterosclerose dependem do local onde se encontra a placa de ateroma. Nesse sentido, a obstrução das artérias pode provocar as seguintes enfermidades:
- doença cardíaca — angina de peito ou infarto do miocárdio, que resultam da formação de um trombo sobre uma placa de ateroma localizada em uma artéria coronária;
- doença cerebrovascular (trombose cerebral ou AVC) — doença cerebral que pode originar de uma trombose ou Ataque Isquêmico Transitório (AIT), provocada por um coágulo em uma artéria cerebral, normalmente formado sobre uma placa de ateroma;
- doença arterial periférica — resultante do estreitamento de outras artérias (fora do coração ou do cérebro), onde, em geral, as artérias mais afetadas são as das pernas;
- doença renal — as artérias renais levam sangue para os rins que, por sua vez, filtram resíduos e água, e, quando os rins não conseguem fazer esse processo, os resíduos se acumulam dentro das artérias renais e formam bloqueios, endurecendo os vasos que podem evoluir para a insuficiência renal;
- doença da artéria carótida — essas artérias ficam localizadas no pescoço e fornecem sangue para o cérebro, podendo ser comprometidas se a placa de gordura acumular-se em suas paredes, provocando uma redução do fluxo sanguíneo e do oxigênio nos tecidos e nas células do cérebro.
Os sintomas e fatores de risco da doença
Os sintomas da aterosclerose dependem da zona onde as placas de gordura estão localizadas e da região afetada. Em geral, os sinais surgem lentamente e podem ser percebidos por uma dor ou câimbra causada pela falta de oxigénio no local.
Exemplo disso são dores na perna, que podem ser sentida ao caminhar, ou no peito (angina) ao fazer exercício físico. Além disso, o fornecimento insuficiente de sangue ao cérebro pode causar tonturas e AIT com sinais semelhantes à trombose, que persistem por até 24 horas.
Quando ocorre a formação de um trombo (coágulo de sangue) no cérebro ou no pescoço (artéria carótida), pode provocar uma trombose. Já no coração, há a possibilidade de originar uma insuficiência cardíaca ou um ataque cardíaco (infarto do miocárdio). Quando acomete os rins, pode ocorrer a elevação da pressão arterial e insuficiência renal. Nas pernas, em casos graves, pode provocar gangrena e evoluir para a amputação.
Fatores de risco
Os principais fatores de risco incluem:
- colesterol alto;
- diabetes;
- fase pós-menopausa;
- hipertensão;
- história familiar;
- obesidade;
- ser do sexo masculino;
- sinais de veia entupida e lesão das artérias;
- tabagismo.
Como vimos, a aterosclerose diz respeito a uma doença inflamatória crônica, causada por diferentes fatores e caracterizada pelo enrijecimento e estreitamento das paredes das artérias, podendo provocar diversas doenças que podem se agravar e levar ao óbito. Por isso, é muito importante prestar atenção aos sintomas para ter acesso a um tratamento precoce e uma rotina preventiva, que inclui o controle sistemático da pressão arterial.
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