De acordo com a 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial, da Sociedade Brasileira de Cardiologia, a hipertensão resistente (HAR) é identificada em pacientes que, mesmo utilizando três ou mais medicamentos anti-hipertensivos (incluindo um diurético), apresentam uma pressão arterial não controlada.
Quando esse descontrole da pressão é crônico, há um elevado risco de doenças cardiovasculares. Nesse sentido, os pacientes que apresentam o problema necessitam de uma atenção maior e um melhor acompanhamento, pois, muitas vezes, a real causa desse quadro pode ser um tratamento inadequado.
Neste artigo, vamos esclarecer as dúvidas mais recorrentes sobre a hipertensão resistente e comentar sobre suas características, causas, seus riscos à saúde, os tratamentos, as formas de controle e a necessidade do monitoramento domiciliar da pressão arterial. Continue a leitura para saber mais!
Quais são as características da hipertensão resistente?
É importante observar que nem toda hipertensão descontrolada é sinônimo de hipertensão resistente e que a indicação de 2 ou 3 remédios (com, pelo menos, um diurético) para controlar a pressão arterial é uma prática normalmente adotada por diversos médicos. Apenas os casos que necessitam de 4 ou mais medicamentos para manter a pressão arterial abaixo de 140/90 mmHg são considerados hipertensão de difícil controle.
Dessa forma, para caracterizar o quadro de descontrole da pressão arterial, é preciso que o paciente esteja tomando corretamente os anti-hipertensivos prescritos pelo médico. Isso porque, se ele administrar os remédios de maneira errada, a pressão se manterá alta – não por ser resistente, mas por não estar sendo tratada corretamente.
Quais são as causas da hipertensão de difícil controle?
Não há uma causa específica para a hipertensão resistente. Ela pode ocorrer devido a diversos fatores, como ingestão de sal em quantidade que sensibiliza o organismo, tratamento com insuficiência de medicações, alteração da pressão em consultas médicas, fatores hereditários e interação medicamentosa, conforme comentamos a seguir.
Tratamento insuficiente
Quando o tratamento prescrito tem doses insuficientes ou é uma escolha equivocada de medicamentos, a pressão arterial pode manter-se descontrolada sem que ela seja resistente. Essa situação pode ocorrer, por exemplo, se o médico deixar de prescrever um diurético para o paciente. Nesses casos, basta ajustar a prescrição para que a pressão fique controlada com menos de 4 medicamentos diferentes.
Hipertensão do avental branco
Alguns casos de hipertensão resistente devem-se à chamada “hipertensão do jaleco branco”. São pacientes cuja pressão arterial é bem controlada em casa, mas ficam elevadas quando estão em consulta médica para medição, o que leva a uma falsa interpretação de descontrole na pressão.
Fatores diversos
A dificuldade em excretar o sal, as características genéticas, o estilo de vida e a presença de certas doenças podem dificultar o controle da pressão arterial e favorecer a ocorrência da hipertensão resistente, devido a um ou mais fatores, como:
- abuso de álcool;
- afrodescendência;
- apneia do sono;
- cocaína;
- consumo de alcaçuz em excesso;
- diabetes;
- insuficiência renal crônica;
- obesidade;
- tumor na glândula suprarrenal.
Interação medicamentosa
Alguns tipos de medicamentos podem interagir com os anti-hipertensivos e anular ou reduzir os seus efeitos, fazendo com que a pressão fique descontrolada. Isso exige um aumento na dose medicamentosa ou a associação de outras drogas para obter sucesso no tratamento. Essas interações negativas podem ser provocadas por:
- analgésicos derivados da morfina;
- anfetaminas e seus derivados;
- anticoncepcionais orais;
- anti-inflamatórios;
- aspirina (doses acima de 500 mg/dia);
- ciclosporina;
- corticoides;
- descongestionantes nasais;
- eritropoietina;
- medicamentos para emagrecer.
Quais são os principais riscos da hipertensão resistente?
Quando a pressão não baixa com o tratamento, pode causar vários problemas de saúde e, se não tratada corretamente, gerar complicações graves. Isso ocorre porque a pressão alta faz com que o coração trabalhe além do normal para distribuir o sangue pelo corpo.
Essa sobrecarga não afeta apenas o sistema circulatório, mas também o cérebro e os rins, que necessitam filtrar o sangue. Ao longo do tempo, todo o esforço adicional que a pressão alta impõe ao organismo aumenta os riscos para a ocorrência do infarto, acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência cardíaca, entre outros.
Quais são os tratamentos para a pressão baixar?
Para conseguir controlar uma hipertensão resistente, é preciso considerar alguns aspectos, como: seguir o tratamento de acordo com as orientações médicas, afastar a possibilidade de estar ocorrendo a “hipertensão do jaleco branco”, buscar um diagnóstico consistente e não consumir drogas que possam interferir no tratamento.
Além disso, é importante manter uma alimentação saudável, com pouquíssima quantidade de sal, fazer exercícios regularmente e adotar um estilo de vida mais tranquilo para alcançar o equilíbrio físico e mental. Para os casos em que, mesmo após todos esses cuidados, a pressão continuar elevada, é necessário associar outros medicamentos conforme orientação médica.
Como fazer um bom controle da pressão arterial?
Além de seguir as orientações médicas, ter uma alimentação saudável e fazer exercícios físicos, é importante que o paciente seja corresponsável no tratamento. Isso significa que ele deve adotar medidas padronizadas como a AMPA (Automedida da Pressão Arterial), objeto de estudos publicados na Revista Brasileira de Cardiologia.
Embora não tenha protocolos rígidos, a AMPA deve ser realizada com base em treinamento adequado e equipamentos validados para serem utilizados em domicílio, como o aparelho adotado no referido estudo para essa finalidade.
Nesse sentido, é importante ter em casa um monitor de pressão arterial, como os aparelhos da Omron que apresentam alta qualidade, precisão (clinicamente validados) e facilidade no uso. Dependendo do modelo, o equipamento pode armazenar na memória até 100 medições (data e horário) e informar a média das 3 últimas aferições, além dos batimentos cardíacos.
Como vimos, a hipertensão resistente é a persistência da pressão alta mesmo com o tratamento. Por isso, ela deve ser tratada com muita atenção para evitar riscos à saúde, como doenças cardiovasculares. Além de seguir as orientações médicas, é importante ficar atento e fazer um acompanhamento diário da pressão com equipamento de qualidade, que garanta a precisão das medições.
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