Tosse crônica e falta de ar, que piora com o esforço físico, são os principais sintomas da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), que afeta principalmente pessoas que foram expostas a partículas e gases nocivos, especialmente fumaça de cigarro. Além do tabagismo e inalação de gases, a enfermidade também pode se desenvolver em função de fatores genéticos.
A DPOC é uma doença respiratória crônica, que se desenvolve ao longo de anos de exposição aos agentes que agridem os pulmões. No entanto, é possível preveni-la ou amenizar os sintomas, interrompendo a sua evolução. Para tanto, é fundamental que a pessoa tenha um diagnóstico precoce e adote medidas de controle.
Quer entender melhor quais são os sinais de alerta e aprender a controlar os sintomas da doença? Então continue a leitura deste nosso post!
Entenda o que é a DPOC
A doença pulmonar obstrutiva crônica se caracteriza por sintomas respiratórios, que limitam o fluxo de ar para os pulmões. Com isso, o paciente tende a sentir maior cansaço no dia a dia, especialmente em situações que envolvam algum tipo de esforço físico. Em alguns casos mais graves, até mesmo uma caminhada leve ou permanecer em pé pode desencadear a falta de ar.
A limitação da entrada de ar que ocorre na DPOC é causada pela resposta inflamatória às toxinas inaladas. Frequentemente, a doença também causa bronquite crônica, que obstrui as vias respiratórias, e enfisema (destruição do tecido pulmonar). As duas condições podem se manifestar no portador de DPOC, agravando a sua condição.
Para compreender melhor a razão da limitação que afeta os portadores de DPOC, é preciso entender o funcionamento dos pulmões. A função dos brônquios é levar o ar para dentro e para fora do órgão. Para tanto, eles se ramificam em bronquíolos, que contêm os alvéolos, que são as estruturas que se enchem de ar, esvaziando depois, durante o processo respiratório.
Quando uma dessas partes do pulmão está afetada pela doença, pode ocorrer um estreitamento nos brônquios, que passam a acumular muco, além da perda de elasticidade ou destruição dos alvéolos, fazendo com que percam a capacidade de esvaziamento. Com isso, a capacidade respiratória da pessoa que tem DPOC se reduz e surge a sensação de fadiga.
Nos Estados Unidos, 24 milhões de pessoas sofrem com a limitação do fluxo de ar, sendo que 12 milhões delas têm diagnóstico de DPOC. No Brasil, a doença é a quarta causa de internação no SUS (Sistema Único de Saúde), sendo que cerca de 40 mil brasileiros morrem, por ano, em decorrência dela.
Vale destacar que o tabagismo é o principal fator de risco para o desenvolvimento da doença, mas não o único. Além das características genéticas, a exposição prolongada à poluição, fumaça e gases, como no caso de trabalhadores de carvoarias ou empresas que utilizam forno a lenha, também pode levar à inflamação que desencadeia os sintomas da DPOC.
Conheça os principais sintomas da doença pulmonar obstrutiva crônica
A falta de ar e consequente sensação de fadiga é o principal sintoma da DPOC. No entanto, a doença tem desenvolvimento lento, o que faz com que os sinais iniciais passem despercebidos pela grande maioria das pessoas.
Normalmente, os primeiros sintomas são tosse e pigarro, que vão piorando com o tempo. Conforme explicamos, a doença pode desencadear também a bronquite crônica e o enfisema, causando outros sintomas mais graves:
- tosse produtiva e persistente;
- falta de ar (dispneia), que piora com o esforço ou com infecções respiratórias;
- chiado ao respirar;
- sensação de desconforto (ou aperto) no peito;
- respiração ofegante;
- fadiga;
- dificuldade para dormir, em função da tosse;
- nos estágios mais avançados da doença, pode ocorrer perda de peso e cianose (unhas com coloração arroxeada).
Confira as opções de tratamento para a DPOC
Embora não tenha cura, a doença pulmonar obstrutiva crônica pode ser tratada. Assim, quanto mais precoce for o diagnóstico, mais efetivo será o controle dos sintomas.
A confirmação do quadro é feita por meio de testes pulmonares, raio-x de tórax e tomografia computadorizada. Em pacientes com menos de 50 anos, também é recomendada a avaliação dos níveis de alfa1-antitripsina, especialmente se houver histórico familiar de DPOC.
A vacinação anual contra a gripe é muito importante, além da vacina antipneumocócica, para evitar que o paciente desenvolva infecções respiratórias, que podem agravar seu quadro. A prática regular de exercícios também é indicada.
Os medicamentos utilizados são brocodilatadores inalatórios, que podem ser associados a corticoides. Em casos mais graves, é necessário o uso de oxigênio. Em situações de crise, a administração de antibióticos também é uma alternativa para reduzir os sintomas.
A reabilitação pulmonar também é uma estratégia para melhorar a função respiratória e, portanto, a qualidade de vida do paciente. Caso a pessoa seja fumante, é necessário cessar o hábito. Além disso, a convivência com outros tabagistas deve ser interrompida.
Saiba como prevenir a doença pulmonar obstrutiva crônica
A principal estratégia para reduzir o risco de desenvolver a DPOC é livrar-se do tabagismo e evitar a exposição, mesmo que passiva, à fumaça de cigarro. Além disso, como explicamos, a inalação de outros gases, como fumaça derivada da queima de combustíveis sólidos (lenha e carvão), também deve ser evitada.
Em caso de suspeita dos sintomas, é importante buscar orientação médica o quanto antes, uma vez que, quanto mais cedo a doença for identificada, melhor é o prognóstico. Além disso, é fundamental que o indivíduo portador da DPOC evite episódios de infecção respiratória, com vacinação e redução da exposição a fatores de risco.
Assim, o controle ambiental é importante, uma vez que um episódio de rinite alérgica ou asma também pode agravar os sintomas da DPOC. É recomendado afastar os alérgenos (poeira, ácaros e fungos, entre outros) e evitar situações que possam desencadear crises respiratórias, como exposição a baixas temperaturas.
O uso de inaladores e nebulizadores também é indicado, seja para umidificar as vias aéreas, seja para a administração de medicamentos inalatórios, a critério do profissional médico. Vale lembrar que o uso correto dos medicamentos reduz a progressão dos sintomas da DPOC e contribui para a qualidade de vida do paciente.
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