Segundo relatório da OMS (Organização Mundial de Saúde) realizado em 2017 (atualizado em 2018), em conjunto com a OPAS (Organização Pan Americana de Saúde), as doenças cardiovasculares são as principais causas de mortes no mundo e foram responsáveis por um terço delas. Esses óbitos se referem a diversas alterações no coração e nos vasos sanguíneos, que afetam pessoas em diferentes faixas etárias.
As doenças relacionadas incluem a hipertensão, o acidente vascular cerebral e a insuficiência cardíaca, entre outras. Entre os fatores que mais contribuem para o surgimento dessas patologias se encontram o processo natural de envelhecimento, que leva à perda de elasticidade do sistema vascular, estilo de vida e maus hábitos alimentares, além de questões genéticas.
Por isso, é muito importante se manter bem informado para saber como se prevenir e evitar agravamentos de possíveis doenças preexistentes. Veja, a seguir, algumas dicas essenciais para manter o coração saudável!
1. Alimente-se bem
Os benefícios de uma boa alimentação já são conhecidos pela maioria das pessoas e os principais aspectos que devem ser observados se referem à menor ingestão de sal e de gordura. Esses são os grandes vilões que comprometem a saúde em geral e podem levar a doenças graves.
Isso porque o sal aumenta a pressão arterial, deixando o organismo propenso a eventos cardíacos, e a gordura pode provocar o entupimento das artérias. Nesse sentido, é importante saber quais nutrientes são favoráveis à saúde cardiovascular. Uma dieta balanceada e saudável inclui grãos, frutas, legumes, verduras, cereais e carnes magras, sendo fundamental optar por alimentos naturais.
Uma alimentação saudável proporciona nutrição necessária ao organismo e reduz a probabilidade de desenvolver doenças cardiovasculares. Veja, a seguir, alguns alimentos cujo consumo regular pode contribuir para a saúde do coração:
· alho — como tempero ou por meio de suplementação;
· beterraba — crua, em sucos ou saladas;
· chá-verde — apresenta grande quantidade de polifenóis, sendo um bom aliado para o combate à hipertensão. O consumo máximo é de três xícaras/dia, devendo ser evitado perto das refeições, já que ele interfere na absorção do ferro;
· chocolate amargo — os flavonoides contidos nos produtos com 50% a 85% de cacau promovem o relaxamento dos vasos. Essas substâncias também são encontradas em frutas vermelhas e vinhos (ajudam a calibrar os vasos sanguíneos);
· clara de ovo — contém altas doses de um peptídeo que impede o estreitamento dos vasos sanguíneos e o aumento da pressão arterial;
· couve — tem um antioxidante que reduz a pressão arterial e diminui a inflamação nas artérias, rins e coração;
· feijão temperado naturalmente — os temperos industrializados contêm excesso de sal e de gordura;
· iogurte com baixo teor de gordura — por conter cálcio, esse alimento pode ajudar a reduzir o risco de desenvolver hipertensão;
· amêndoas, nozes, e avelãs — contêm altas quantidades de polifenóis e ácido alfa-linolênico (ômega-3);
· uva-passa — contém antioxidantes na casca.
2. Pratique exercícios
Hipertensão e atividade física têm uma estreita relação com a saúde do coração. Isso porque a realização regular de exercícios promove o aumento do colesterol bom (HDL), melhora os níveis de glicose no sangue, reduz a gordura corporal e controla a hipertensão arterial. Todos esses benefícios são fundamentais para evitar problemas cardiovasculares, devendo ser considerados.
Mas é importante observar que tanto os exercícios aeróbicos, que envolvem andar de bicicleta, nadar, caminhar, correr e dançar, quanto anaeróbicos, como a musculação, devem ser precedidos de exames médicos e orientações profissionais.
A prática de qualquer exercício físico exige um maior consumo de oxigênio, fazendo com que a musculatura do coração trabalhe mais rápido para que consiga bombear o sangue. Dessa forma, pessoas hipertensas podem sofrer um ataque cardíaco durante uma corrida ou qualquer outro exercício.
3. Previna doenças cardíacas
A maior parte das doenças do coração pode ser prevenida. Nesse sentido, a cartilha de Diretriz de Prevenção Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) aponta como principal fator para evitar o aumento do número de casos a manutenção de um estilo de vida saudável. Isso inclui a observação de cuidados especiais, como:
· manter o peso ideal;
· ter uma alimentação saudável;
· praticar atividades físicas;
· fazer exercícios de relaxamento (meditação, yoga, entre outros);
· evitar o tabagismo;
· controlar o colesterol;
· desenvolver a espiritualidade — segundo a SBC, as pessoas que têm fé apresentam maior nível de resiliência para enfrentar as adversidades;
· manter as vacinações em dia — especialmente as imunizações contra a gripe e pneumonia, pois ajudam a reduzir o risco de infarto em idosos e cardiopatas.
4. Controle o colesterol, o diabetes e a hipertensão
O colesterol alto pode levar a um acúmulo de placas de gordura nas paredes das veias e dificultar a passagem do sangue, prejudicando a livre circulação. Essa situação, quando associada ao nível alto de açúcar no sangue, como ocorre no diabetes, pode levar a sérias complicações e provocar infarto ou AVC.
Por esse motivo, além de ser importante controlar os níveis de açúcar no sangue, os triglicerídeos e o colesterol também devem estar sempre sob vigilância. Nos casos de diabetes, mesmo quando não há colesterol alto, o risco de ter problemas cardiovasculares é maior, pois os vasos sanguíneos se tornam mais frágeis e se rompem facilmente.
A má circulação e a resistência à insulina
A má circulação pode provocar coceira, especialmente nas pernas, originando feridas que não cicatrizam facilmente e que podem até infeccionar, devido ao excesso de açúcar no sangue, facilitando o desenvolvimento de bactérias.
Já a resistência à insulina, que ocorre nos casos de diabetes, provoca o aumento dos triglicerídeos e do colesterol. Por esse motivo, mesmo que a pessoa não apresente colesterol alto, os triglicerídeos multiplicam os riscos para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Por isso, é fundamental fazer consultas médicas e exames regularmente.
A relação entre hipertensão e diabetes
Embora sejam doenças diferentes, há traços comuns entre hipertensão e diabetes, pois apresentam fatores de risco, causas, complicações e tratamentos semelhantes. Mas isso não significa que uma pessoa hipertensa seja, necessariamente, diabética ou vice-versa.
O fato é que o diabético, especialmente do tipo 2, apresenta maior probabilidade para o desenvolvimento de um quadro de hipertensão. Por outro lado, a pressão alta facilita o aparecimento do diabetes, assim como alguns medicamentos para o seu tratamento, que podem agravá-la.
5. Tenha um monitor de pressão
A hipertensão é um dos principais fatores de risco para Acidente Vascular Cerebral (AVC), aneurisma arterial, infarto, insuficiência renal e cardíaca. Nesse sentido, ter um monitor de pressão pode contribuir de maneira efetiva para o tratamento da doença e evitar agravamentos, como problemas cardiovasculares.
Além de ser uma importante alternativa para o diagnóstico da hipertensão, a medição da pressão em domicílio, realizada pelo próprio paciente ou por cuidadores, é fundamental para o controle da doença, podendo servir como um histórico para avaliação e acompanhamento médico.
Como vimos, as doenças cardiovasculares podem ser evitadas e, para isso, é muito importante promover mudanças nos hábitos, buscando um estilo de vida mais tranquilo e fazendo consultas e exames para manter o coração saudável. Além disso, é altamente indicado ter um monitor de pressão para uso domiciliar, já que ele pode ajudar no diagnóstico e acompanhamento da hipertensão arterial.
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